Amora
No cume da colina verdejante,
A facear os ventos, qual corcel,
dispara Amora, livre como o céu,
rumo ao belo horizonte trepidante.
Com s'a língua de fora, a felizarda,
tão banhada p'lo sol quanto contente,
avança sobre os cães e sobre a gente;
ela em si possui fé; não se acobarda.
Quem a viu, prontamente se encantara.
Não lhes nego a razão. Eu mesmo, quando
a conheci, amor em mim criara;
amor cuja existência não pesara.
É que os animais me deixam todo brando,
com o grão coração sempre os prezando.
L. L. D.
Imagem: acervo do Autor.