Ana
Penso haver encontrado minha musa:
descera num rasante do alto Olimpo
e, a mim petrificando, qual Medusa,
jungiu-se ao horizonte do azul limpo.
Nesse vertiginoso e novel mar,
é verdade, eu ouvi tua voz, sereia!
E sem cordas ou mastros, vi teu lar
num abismo de trevas com areia.
Ora! nem só de augúrios vive o homem!
São-me teu canto e pomos alimento;
teus olhos, constelados, me consomem.
Sim, singrei no navio do grão Teseu,
mas eu devo ancorar, prediz o vento,
pois o sol atingiu seu apogeu.
Lucas de Lazari Dranski
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