Ao segundo dia de novembro
Neste dia dos finados, há mais vida
Nas covas do que, nelas, lividez;
A paisagem se torna tão florida
Que lava, com suas cores, o xadrez.
Velas, nos promontórios, esfumaçam,
Como se transmitissem mil histórias
(Pelos divinos ventos, que as abraçam)
Dos que moram no reino das memórias.
Mausoléus superpõem-se aos jazigos,
Qual houvesse, na morte, preço ao Céu,
E tolhessem, da Terra, seus imigos.
Ora! quando eu me for, irei ao léu!
Solicito, portanto, aos meus amigos:
- À hora, libertai-me! Eis grão troféu!
Lucas de Lazari Dranski
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