Soneto a Augusto
Eu tenho lido, neste opimo dia,
tuas poesias, caro Augusto d'Anjos;
quem, de viver, tinha c'lossais antojos.
Acá estivesses, eu volver-te-ia!,
pois tu não conseguiste o que querias.
Sabe, porém, mestre, que do além-túmulo,
tu conquistaste, na poesia, o cúmulo!;
o cúmulo das mais belas poesias.
Portanto, sê um na imortalidade!;
eis que é nela que nós, feros poetas,
celebrizamos a vitalidade.
Deixa morrer tão só as mui obsoletas
memorações da materialidade,
porquanto somos mais que historietas.
L.L.D.